É fato que a atividade agrícola passou por uma série de transformações ao longo do tempo que refletiram em aumento de produtividade, maior rendimento e lucratividade em proporções até então inatingíveis. Seguindo uma abordagem histórica, pode-se ressaltar três movimentos que tiveram maior impacto no contexto brasileiro, primeiro o início da mecanização do campo entre 1900 e 1930; a revolução verde da década de 60 que presenciou o desenvolvimento de novas variedades de culturas além do aumento do uso da manipulação genética entre 1990 a 2005.

Com os motores de combustão interna, no início da década de 90 vieram os primeiros tratores modernos, seguido pelo desenvolvimento de ceifadeiras motorizadas e colheitadeiras. Nos últimos anos, o aumento da produção no campo ocorreu devido aos investimentos em insumos, produtos e maquinário. Esta mudança de comportamento possibilitou uma grande evolução no rendimento do trabalho no campo, com a utilização de equipamentos precisos frutos das inovações tecnológicas. As melhorias também podem ser evidenciadas no plantio e possibilitando colheitas mais rápidas e com menos desperdício.

A mecanização agrícola, além de incontestavelmente facilitar o trabalho no campo é uma necessidade, considerando que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) houve uma queda de 16% da mão-de-obra disponível no campo entre 2005 e 2011 ao mesmo tempo em que o aumento da população urbana demanda uma crescente produção de alimentos.

De acordo com a estimativa da Céleres®, devido aos investimentos das últimas décadas, a frota de máquinas agrícolas no Brasil é a mais nova desde 1982, como pode ser evidenciado no gráfico abaixo, 30% das máquinas têm menos de 5 anos de uso. A frota nacional que estava sucateada começou a ser renovada e ampliada devido ao fato de ter ocorrido uma maior capitalização dos produtores resultado do aumento no valor de venda das commodities.

Evolução da frota brasileira de tratores agrícolas por tempo de uso do veículo, em mil unidades. Fonte: Céleres®, Anfavea. Elaboração: Céleres®.

Os preços dos grãos, sobretudo de culturas como o milho e soja (as mais significativas no Brasil), foram impulsionados devido à maior demanda de proteína animal no mundo. Fato que favoreceu o aumento das margens de lucro dos produtores que reinvestiram esse lucro, bem como ampliaram algumas áreas de cultivo e consequentemente demandou um maior investimento em máquinas agrícolas. O que obviamente impulsionou também o setor de fabricação e revenda dessas máquinas e implementos.

Além disso, outros motivos como por exemplo o crédito subsidiado e as condições de financiamento facilitadas pelos programas governamentais a juros baixos especialmente o PSI/Finame, do BNDES, criado no segundo semestre de 2009 ajudaram a alavancar o setor no Brasil.

Neste sentido, concluímos que a atividade agrícola em si depende de uma série de investimentos financeiros que vão desde a compra de insumos e equipamentos até a manutenção de maquinário, funcionários e despesas relacionadas à lavoura e cultivo. Como o retorno dos investimentos nem sempre é imediata, muitos produtores fazem uso do crédito rural como uma alternativa para custear as atividades intrínsecas ao campo, como a comercialização de seus produtos e também os investimentos para expansão dos negócios na propriedade rural. Existem três tipos principais de créditos rurais: o crédito de custeio, o crédito rural de comercialização e o crédito de investimento.

O crédito rural de investimento é nesse sentido, o tipo de financiamento voltado para o crescimento da produção e aumento da competitividade do produtor rural. Neste caso, o montante financeiro adquirido, destinada a investimentos fixos em ativos imobilizado como reformas, construções e benfeitorias nas instalações; compra de maquinário agrícola e equipamentos diversos (de duração superior a 5 anos); além de obras de irrigação, drenagem e conectividade rural; proteção e recuperação de solo, entre outros. Despesas consideradas “semifixas”, como a compra de equipamentos e máquinas de duração inferior a 5 anos; aquisição de veículos, tratores, colheitadeiras e equipamentos para medição de lavouras além da aquisição de animais, também podem ser custeados com esse tipo de financiamento.

Conclui-se portanto que a maior capitalização dos produtores dá forças ao setor alavancando a demanda por melhores tecnologias no maquinário do campo. O setor de maquinário agrícola passa agora, por uma nova fase de transformação, traduzida pelo emprego da agricultura de precisão, visando a fabricação de equipamentos com maior emprego de tecnologia e eficiência operacional.

A tendência é que de forma gradativa, exista a substituição de algumas máquinas por um número menor de maquinário, porém, com melhor desempenho, usabilidade e eficiência. Já para as máquinas e implementos existentes, desprovidos dessas tecnologias inovadoras, podemos notar também o aparecimento de soluções paliativas ou adaptativas, que por meio de hardwares e sensores, adaptados e/ou acoplados, ampliam as funcionalidades e o rendimento da operação. É como se estivéssemos 'hackeando' uma máquina para que ela possa trabalhar da melhor maneira possível, explica Eduardo Rezende, diretor da agrosolutions.


A convite do Sebrae, a agrosolutions está presente na Feira do Agronegócio Mineiro 2018 (FEMEC). que no último ano recebeu mais de 52 mil visitantes e alcançou R$ 219 milhões em faturamento. A feira tem como objetivo a geração de negócios e a capacitação de produtores rurais. O evento reúne os maiores e mais modernos fabricantes do setor. Além das principais instituições financeiras para oferecer propostas e linhas de crédito rural disponíveis no mercado.

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Sobre o autor

Rafaela Mazzutti
Geógrafa pela Universidade Federal de Uberlândia e especialista em Gestão de Agronegócio pela Universidade Federal do Paraná. Comercial e Marketing da Agrosolutions.

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